sábado, 10 de agosto de 2013

Discriminação racial

 Esse é assunto muito abordado nos dias de hoje, mas todos pensam que isso é coisa do passado e que hoje em dia ninguém discrimina ninguém pelo simples fato da cor da pele ser diferente da sua. Essa discriminação acontece muito com pessoas negras, infelizmente ainda existem pessoas que cometem tal brutalidade por fatos marcados em séculos passados.
Nos dias atuais ja existem leis que podem punir quem comete essa discriminação a lei ''14187/10 | Lei n°14.187'' aborda que será punido aquele que praticar todo ato discriminatório por motivo de raça ou cor praticado no estado por qualquer pessoa, jurídica ou física, inclusive a quem exerça função pública. Dentre muitas outras leis que punem essa pessoas deploráveis.
Nem sempre o agressor tem culpa total do seu ato, pode ser que ele foi criado em uma família racista e nasceu e cresceu nessa condição, por isso escola e com programas educativos tentam alertar quem ainda está de ''olhos fechados'' para isso. Foi criado o dia internacional de luta para eliminação da discriminação racial, pela (ONU) que celebra no dia 21 de março, em que as pessoas saem na rua para a conscientização da população.

Reportagem Sobre os Afros Decendentes

A cultura africana chegou ao Brasil com os povos escravizados trazidos da África durante o longo período em que durou o tráfico negreiro transatlântico. A diversidade cultural da África refletiu-se na diversidade dos escravos, pertencentes a diversas etnias que falavam idiomas diferentes e trouxeram tradições distintas. 

Os africanos trazidos ao Brasil incluíram bantos, nagôs e jejes, cujas crenças religiosas deram origem às religiões afro-brasileiras, e os hauçás e malês, de religião islâmica e alfabetizados em árabe. Assim como a indígena, a cultura africana foi geralmente suprimida pelos colonizadores. Na colônia, os escravos aprendiam o português, eram batizados com nomes portugueses e obrigados a se converter ao catolicismo.

Os africanos contribuíram para a cultura brasileira em uma enormidade de aspectos: dança, música, religião, culinária e idioma. Essa influência se faz notar em grande parte do país; em certos estados como Bahia, Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul a cultura afro-brasileira é particularmente destacada em virtude da migração dos escravos.

Também há alguns instrumentos musicais brasileiros, como o berimbau, o afoxé e o agogô, que são de origem africana. O berimbau é o instrumento utilizado para criar o ritmo que acompanha os passos da capoeira, mistura de dança e arte marcial criada pelos escravos no Brasil colônial.

Contos e poemas africanos

Lenda do tambor africano
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Dizem na Guiné que a primeira viagem à Lua foi feita pelo Macaquinho de nariz branco. Segundo dizem, certo dia, os macaquinhos de nariz branco resolveram fazer uma viagem à Lua a fim de traze-la para a Terra. Após tanto tentar subir, sem nenhum sucesso, um deles, dizem que o menor, teve a idéia de subirem uns por cima dos outros, até que um deles conseguiu chegar à Lua.

Porém, a pilha de macacos desmoronou e todos caíram, menos o menor, que ficou pendurado na Lua. Esta lhe deu a mão e o ajudou a subir. A Lua gostou tanto dele que lhe ofereceu, como regalo, um tamborinho. O macaquinho foi ficando por lá, até que começou a sentir saudades de casa e resolveu pedir à Lua que o deixasse voltar.

A Lua o amarrou ao tamborinho para descê-lo pela corda, pedindo a ele que não tocasse antes de chegar à Terra e, assim que chegasse, tocasse bem forte para que ela cortasse o fio. 
O Macaquinho foi descendo feliz da vida, mas na metade do caminho, não resistiu e tocou o tamborinho. Ao ouvir o som do tambor a Lua pensou que o Macaquinho houvesse chegado à Terra e cortou a corda. O Macaquinho caiu e, antes de morrer, ainda pode dizer a uma moça que o encontrou, que aquilo que ele tinha era um tamborinho, que deveria ser entregue aos homens do seu país. A moça foi logo contar a todos sobre o ocorrido. 
Vieram pessoas de todo o país e, naquela terra africana, ouviam-se os primeiros sons de tambor.

Poemas africanos:

ISABEL FERREIRA

Nasceu em Luanda aos 24 de Maio de 1960. Obras publicadas: “Laços de Amor” (1995), “Caminhos Ledos” (1997), “Nirvana” (2004) e “Remando Daqui” (2005).



Desilusão


Caí em letargia ...
Meu sonho adormeceu profundamente ...
Ficou num par de fronhas virgens ...
Estreadas em noites de volúpia ...
Sonho bordado
Nas fronhas dum hotel
Vidas aneladas
Pontos cheios de suspiros em gemidos …


Juntos dormimos
Mas nossos sonhos
Esses!
Adormeceram
Num par de fronhas ...



De Lírios

Sacudi a madrugada

Qual amante despeitada
Suportei o sonho promíscuo

Palavras na lavra
Oculta da tua boca

Perdem-se nas paredes do teu corpo ...

O despertar
Um prometido


MARIA DE FÁTIMA (CHÓ DO GURI)   Nasceu no Kwanza-Sul no dia 24 de janeiro de 1959. Obras publicadas: “Vivências” (1996), “Bairro Operário” (1998) e “Morfeu” (2000)  
Ó poesia! Ó poesia,A aura do teu sorrisoTira o queixume do mundo Quando se abre imaculado Pr'o parto plúmeo das palavrasDeusa das belezas ocultas No mundo florescesDás força à vidaDeixa-me só(mente)sorverO fluído das palavras luzidias Aspergi-las como água benta Para irmandade entre os homens Ó poesia!

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  Negros do Mundo
Afro-descendentes de vários países contam como é viver no Brasil

POR LUCIANA ALBUQUERQUE

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o Brasil tem a maior população negra fora da África. Segundo a Fundação Cultural Palmares (entidade de defesa da cultura afro-brasileira ligada ao Ministério da Cultura), 44,2% da população brasileira é composta por afro-brasileiros. Mas, apesar da "africanidade" visível em nossa cultura, os estrangeiros que aqui moram ainda acham tudo muito estranho. Parecido mesmo só a alegria do povo. Isso é unânime! É tanto encanto que muitos chegam e não voltam mais para sua terra natal. E de coração aberto, o Brasil acolhe a todos

foto Arquivo Pessoal
Guiné-Bissau/Minas Gerais
Com o único objetivo de estudar, o africano Samba Candé, de 24 anos, deixou o seu país para viver na histórica São João Del Rey, em Minas Gerais. "Fui selecionado para a Universidade Federal através do Convênio do Programa de Estudantes Estrangeiros do Curso de Graduação (PEC-G), que envolve alguns países da África e da América Latina. Estou muito orgulhoso por isso", conta. Morando no Brasil há quatro anos e meio, Cande - um observador nato - já percebeu as diferenças entre os dois países e, segundo ele, são muitas. "Embora digam que o Brasil tem um pé na África, a diferença ainda é enorme em termos de cultura. Alguns Estados, como a Bahia, podem ser considerados uma parte da África, mas o Brasil tem uma cultura mais liberal e ousada. Na África a variedade é grande, mas com certas restrições, dependendo da tribo. Agora, uma das semelhanças que encontrei aqui é que tanto no Brasil como na África tem espaço para todo o mundo", comemora. Ele mora em uma república com dois brasileiros e outro africano e pretende voltar para a Guiné-Bissau assim que se formar. Orgulhoso de sua origem, o estudante mata a saudade pensando nos amigos e na família e vai na contramão da maioria dos estrangeiros que chegam por aqui. "Onde nascemos e crescemos é sempre melhor do que qualquer lugar do mundo". Candé é um jovem viajado e em suas andanças por 14 países da África Ocidental diz nunca ter sofrido preconceito. Por lá, o que mais incomoda é a rivalidade entre as tribos. Em Guiné-Bissau, segundo ele, o assunto racismo já está superado, "por se tratar de um país em busca de paz e estabilidade". Mas é fato que no Brasil as coisas são bem diferentes. "É um preconceito disfarçado de peruca e com falsa identidade", dispara o estudante.

Reportagem retirada do site ''racabrasil.uol.com.br''

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Mãe denuncia racismo contra filha de 4 anos; aluna é xingada de "preta horrorosa"De acordo com ela, menina foi ofendida por avó de garoto que se revoltou com o fato de o neto ter dançado quadrilha com uma criança negra. Polícia vai investigar o caso

Publicação: 20/07/2012 06:00 Atualização: 20/07/2012 09:05

Fátima diz que filha está se sentindo inferior por ser negra e que vai procurar atendimento psicológico para a menina (Euler Júnior/EM/D.A Press)
Fátima diz que filha está se sentindo inferior por ser negra e que vai procurar atendimento psicológico para a menina
“Quero saber por que deixaram uma negra e preta horrorosa e feia dançar quadrilha com meu neto.” Foi assim, segundo o que já foi apurado pela polícia, que a avó de um aluno de uma escola infantil particular em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, se referiu a uma menina de 4 anos, em um caso de crime de racismo que revoltou funcionários do Centro de Educação Infantil Emília e levou a mãe da criança a denunciar a mulher à polícia. A diretora da escola foi acusada de não ter feito nada para impedir as ofensas racistas e ainda ter tentado abafar o caso.

O episódio ocorreu dia 10, mas somente ontem, apoiada pela organização não governamental SOS Racismo, a mãe da menina, a atendente de marketing Fátima Viana Souza, revelou detalhes do caso. Ela só ficou sabendo das agressões à filha porque a professora Cristina Pereira Aragão, de 34 anos, que testemunhou tudo, inconformada com a situação e com a falta de ação da diretora da escola, pediu demissão e procurou a família da menina para denunciar o que ocorreu. Outra professora confirmou aos pais da criança a denúncia feita por Cristina.

Fátima lembrou que a festa junina foi no sábado, dia 7, e que toda a sua família foi para prestigiar a menina. Na terça-feira, dia 10, a avó do garoto, de acordo com o que consta no boletim de ocorrência policial ao qual o Estado de Minas teve acesso, invadiu a escola aos gritos querendo saber por que deixaram uma “negra horrorosa” dançar com o neto dela. “Minha filha presenciou tudo e foi chamada de preta feia. Os coleguinhas da sala ao lado escutaram e foram ver o que estava acontecendo”, disse a mãe, chorando. “Minha filha ficou quieta num canto da sala e a professora a defendeu dizendo que a atitude daquela mulher era crime. Mesmo assim, minha filha continuou sendo insultada”, disse Fátima.

A mãe disse ainda que não foi informada do ocorrido. No dia, seu marido buscou a filha na escola e tudo parecia normal. Ela lembrou que naquela terça-feira a menina chegou perturbada da escola, não jantou e não conseguiu dormir. “Achei que ela tivesse brincado demais e estava cansada”, disse Fátima. No dia seguinte, a menina vomitou na sala de aula e a diretora alegou para os pais que ela havia comido muitos salgados num piquenique da escola. A professora, que já havia pedido demissão, procurou os pais e contou o que havia acontecido.

“Fiquei desesperada. Foi horrível. Acho que a minha filha vomitou de medo. Conversei com ela, que repetia o tempo todo que não fez nada, se sentindo culpada. O racismo contra um adulto é intolerável. Contra uma criança indefesa, pior ainda. E eu não estava lá no momento para defender a minha filha”, lamentou Fátima, que vai tirar a menina da escola e quer que a agressora seja punida. “Vou lutar na Justiça pela minha filha e por tantas outras crianças negras que passam pela mesma situação e não é feito nada”, disse. Fátima informou que vai providenciar atendimento psicológico para a filha. “Ela está se achando inferior, que o bom é ser de outra cor”, concluiu.


Indignação e demissão

A professora Cristina contou ter ficado indignada com a falta de atitude dos responsáveis pela escola e pediu demissão. “A diretora disse que não iria comunicar nada aos pais da menina, nem chamar a polícia, pois esse tipo de problema acontece em qualquer escola e que se fosse brigar com toda família preconceituosa não teria ninguém estudando na sua escola. Fiquei revoltada e preferi me desligar da escola para não ser conivente com um ato criminoso”, disse Cristina. Ela acrescentou que tentou evitar que a menina escutasse as ofensas, mas a mulher apontou o dedo em seu rosto e a mandou ficar calada, afirmando que a professora recebia salário para dar aula para o neto dela.

O delegado da 3ª Delegacia de Polícia de Contagem, Antônio Fradico de Araújo, instaurou inquérito e vai intimar a avó do garoto, identificada apenas como Mariinha, e os demais envolvidos na ocorrência para prestar depoimento. A Coordenadoria de Promoção da Igualdade Racial de Contagem acionou os órgãos de defesa dos direitos humanos e também o Ministério Público Estadual, pedindo providências.

Agravantes

O advogado do SOS Racismo e professor de direito da PUC Minas, José Antônio Carlos Pimenta, esclarece que a pena para o crime de racismo pode chegar a nove anos de prisão. Mas, no caso da menina ofendida em Contagem, a Justiça pode considerar injúria racial, que tem pena de no máximo três anos. “Mas há dois agravantes nesse caso e a pena pode aumentar. O crime foi cometido dentro de uma escola e a vítima é menor de 18 anos”, disse o advogado. A responsável pela  escola também pode responder civilmente, pois ela tinha o dever legal de proteger a menina, analisou o advogado. A diretora, do Centro de Educação Infantil Emília, Joana Reis Belvino, foi procurada pelo EM, mas se recusou a comentar o caso. A polícia não forneceu informações que permitissem identificar e localizar a mulher denunciada por racismo.
Noticia retirada do site ''www.em.com.br''