sábado, 10 de agosto de 2013

Contos e poemas africanos

Lenda do tambor africano
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Dizem na Guiné que a primeira viagem à Lua foi feita pelo Macaquinho de nariz branco. Segundo dizem, certo dia, os macaquinhos de nariz branco resolveram fazer uma viagem à Lua a fim de traze-la para a Terra. Após tanto tentar subir, sem nenhum sucesso, um deles, dizem que o menor, teve a idéia de subirem uns por cima dos outros, até que um deles conseguiu chegar à Lua.

Porém, a pilha de macacos desmoronou e todos caíram, menos o menor, que ficou pendurado na Lua. Esta lhe deu a mão e o ajudou a subir. A Lua gostou tanto dele que lhe ofereceu, como regalo, um tamborinho. O macaquinho foi ficando por lá, até que começou a sentir saudades de casa e resolveu pedir à Lua que o deixasse voltar.

A Lua o amarrou ao tamborinho para descê-lo pela corda, pedindo a ele que não tocasse antes de chegar à Terra e, assim que chegasse, tocasse bem forte para que ela cortasse o fio. 
O Macaquinho foi descendo feliz da vida, mas na metade do caminho, não resistiu e tocou o tamborinho. Ao ouvir o som do tambor a Lua pensou que o Macaquinho houvesse chegado à Terra e cortou a corda. O Macaquinho caiu e, antes de morrer, ainda pode dizer a uma moça que o encontrou, que aquilo que ele tinha era um tamborinho, que deveria ser entregue aos homens do seu país. A moça foi logo contar a todos sobre o ocorrido. 
Vieram pessoas de todo o país e, naquela terra africana, ouviam-se os primeiros sons de tambor.

Poemas africanos:

ISABEL FERREIRA

Nasceu em Luanda aos 24 de Maio de 1960. Obras publicadas: “Laços de Amor” (1995), “Caminhos Ledos” (1997), “Nirvana” (2004) e “Remando Daqui” (2005).



Desilusão


Caí em letargia ...
Meu sonho adormeceu profundamente ...
Ficou num par de fronhas virgens ...
Estreadas em noites de volúpia ...
Sonho bordado
Nas fronhas dum hotel
Vidas aneladas
Pontos cheios de suspiros em gemidos …


Juntos dormimos
Mas nossos sonhos
Esses!
Adormeceram
Num par de fronhas ...



De Lírios

Sacudi a madrugada

Qual amante despeitada
Suportei o sonho promíscuo

Palavras na lavra
Oculta da tua boca

Perdem-se nas paredes do teu corpo ...

O despertar
Um prometido


MARIA DE FÁTIMA (CHÓ DO GURI)   Nasceu no Kwanza-Sul no dia 24 de janeiro de 1959. Obras publicadas: “Vivências” (1996), “Bairro Operário” (1998) e “Morfeu” (2000)  
Ó poesia! Ó poesia,A aura do teu sorrisoTira o queixume do mundo Quando se abre imaculado Pr'o parto plúmeo das palavrasDeusa das belezas ocultas No mundo florescesDás força à vidaDeixa-me só(mente)sorverO fluído das palavras luzidias Aspergi-las como água benta Para irmandade entre os homens Ó poesia!

Nenhum comentário:

Postar um comentário