sábado, 10 de agosto de 2013

reportagem 1


  Negros do Mundo
Afro-descendentes de vários países contam como é viver no Brasil

POR LUCIANA ALBUQUERQUE

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores, o Brasil tem a maior população negra fora da África. Segundo a Fundação Cultural Palmares (entidade de defesa da cultura afro-brasileira ligada ao Ministério da Cultura), 44,2% da população brasileira é composta por afro-brasileiros. Mas, apesar da "africanidade" visível em nossa cultura, os estrangeiros que aqui moram ainda acham tudo muito estranho. Parecido mesmo só a alegria do povo. Isso é unânime! É tanto encanto que muitos chegam e não voltam mais para sua terra natal. E de coração aberto, o Brasil acolhe a todos

foto Arquivo Pessoal
Guiné-Bissau/Minas Gerais
Com o único objetivo de estudar, o africano Samba Candé, de 24 anos, deixou o seu país para viver na histórica São João Del Rey, em Minas Gerais. "Fui selecionado para a Universidade Federal através do Convênio do Programa de Estudantes Estrangeiros do Curso de Graduação (PEC-G), que envolve alguns países da África e da América Latina. Estou muito orgulhoso por isso", conta. Morando no Brasil há quatro anos e meio, Cande - um observador nato - já percebeu as diferenças entre os dois países e, segundo ele, são muitas. "Embora digam que o Brasil tem um pé na África, a diferença ainda é enorme em termos de cultura. Alguns Estados, como a Bahia, podem ser considerados uma parte da África, mas o Brasil tem uma cultura mais liberal e ousada. Na África a variedade é grande, mas com certas restrições, dependendo da tribo. Agora, uma das semelhanças que encontrei aqui é que tanto no Brasil como na África tem espaço para todo o mundo", comemora. Ele mora em uma república com dois brasileiros e outro africano e pretende voltar para a Guiné-Bissau assim que se formar. Orgulhoso de sua origem, o estudante mata a saudade pensando nos amigos e na família e vai na contramão da maioria dos estrangeiros que chegam por aqui. "Onde nascemos e crescemos é sempre melhor do que qualquer lugar do mundo". Candé é um jovem viajado e em suas andanças por 14 países da África Ocidental diz nunca ter sofrido preconceito. Por lá, o que mais incomoda é a rivalidade entre as tribos. Em Guiné-Bissau, segundo ele, o assunto racismo já está superado, "por se tratar de um país em busca de paz e estabilidade". Mas é fato que no Brasil as coisas são bem diferentes. "É um preconceito disfarçado de peruca e com falsa identidade", dispara o estudante.

Reportagem retirada do site ''racabrasil.uol.com.br''

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